A proposta desse Observatório orienta-se por abordagem interdisciplinar, multiprofissional, incluindo pesquisadores e profissionais das cinco regiões do país, incluindo diversas universidades, centros de pesquisa e serviços de saúde do SUS.

A produção de insumos para a gestão, para a organização dos serviços e para as práticas das equipes de saúde envolvidas com Saúde do Trabalhador(a) são aspectos transversais aos projetos que serão desenvolvidos. Assim, esforços serão direcionados à translação do conhecimento, fomento de ações de capacitação dos profissionais da rede, incentivo à gestão do trabalho em saúde mental e às formas participativas de construção de alternativas e soluções aos problemas enfrentados. A integração da rede de atenção à saúde será ponto central nessas proposições (em especial de CAPS e CEREST). A proposta de fomento de um Plano Nacional de Saúde Mental e Trabalho articula-se aos propósitos de criação deste Observatório.

            O Observatório terá uma estrutura aberta e dinâmica que permitirá a entrada, participação e direcionamento coletivo das ações a serem realizadas. A adesão poderá ser feita por instituições, por grupos de pesquisadores e profissionais ou por aderência individual. O Observatório será uma estrutura agregadora que dependerá das ações específicas de grupos e pessoas que dele participarão. Nesse sentido, não será uma instituição formalizada, mas sim um espaço aberto e plural de diálogo, de trocas e cooperações com a finalidade de aglutinar informações e promover ações em saúde mental e trabalho no Brasil.

Por fim, cabe realçar o papel de fomento do Observatório à produção de conhecimento e de práticas, de integração de teoria e práticas em saúde mental e trabalho, motivando produção de conhecimento, reflexões e discussões com relação ao rastreamento, atenção, assistência, reabilitação, reintegração e vigilância em saúde mental e trabalho; discussão de estratégias de mapeamento e avaliação das situações de risco para a saúde mental presente nos ambientes e processos de trabalho; diagnóstico da situação de saúde mental de grupos de trabalhadores e trabalhadoras, em especial daqueles grupos já reconhecidamente submetidos a exposições nocivas; estratégias de enfrentamento de eventos estressores e ações para promoção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.